segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Pinguins tardios

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Cada vez somos mães mais tarde.
Crescer, estudar, arranjar emprego, casar-se, engravidar são agora etapas adiadas, por virtude da forma como nos organizamos enquanto sociedade e da bendita possibilidade das mulheres agora emancipadas poderem tomar essas decisões com maior peso, conta e medida.

Resultado, mamãs pinguins tardios, com todas as virtualidades e eventuais contrariedades que daí possam advir.

Não é que a gravidez tardia seja uma realidade nova. A minha avó teve o meu pai com quarenta anos. Mas foi o último de doze.

A questão é ser o primeiro. Hoje em dia, muitas mães têm o primeiro filho depois dos trinta e cinco anos. Quando o fenómeno começou, a comunidade científica chamava-lhe ”elderly primigravida” - querendo significar qualquer coisa como uma mãe geriátrica (LOL), ou primigrávida tardia. Havia muitas reticências clínicas quanto a estas gestantes, por considerarem serem superiores os riscos de complicação durante a gravidez, quer para a mãe, quer para o feto.

Aparentemente hoje o termo está um pouco ultrapassado, visto que a maioria das mulheres nesta faixa etária está em boa forma física e é, no geral, mais saudável que a maioria das nossas antepassadas. Para além disso, existem novas técnicas de monitorização e novos medicamentos que permitem eliminar quase totalmente os riscos.

Et voilá! Tornou-se possível até para as mulheres em idade menopáusica darem à luz. A priori, nada a obstar. Reconheço-lhes maturidade para lidar com a árdua tarefa de educar, experiência de vida para exercer a parentalidade com maior responsabilidade e investimento. Pese embora, talvez, a baixa probabilidade de virem a ter uma prole muito alargada, estas mães devem estar carregadas de munições afectivas para acolher estas crianças. À partida, serão amadas e cuidadas, porque foram planeadas, desejadas e esperadas. (passe-se a gigante generalização, please).

Não deixam de ser engraçados estes pinguins tardios. Giraças, modernas, a bambolearem os pipos com inevitáveis dores de costas.
O futuro vai sorrir-lhes. Nunca vão ser representantes dos encarregados de educação, porque as vão assumir como avós, mesmíssima razão pela qual sempre lhes vão elogiar o aspecto, naquele agridoce tão amargo "está muito bem conservada".
Para a cria, o futuro também será promissor! O puto vai ter uma dieta fantástica, baixa em sódios e açucares, porque , entretanto é já o que o médico prescreveu para as tensões altas e colestróis dos pais e mais: pouco tempo terá de lidar com as tempestades hormonais da mãe, porque não tarda muito a que o SPM (síndrome pré-menstrual) se vá. Prevejo-lhe, por isso, uma existência tranquila . pais que não vão andar a correr atrás dele, primeiro porque já não podem, depois porque já não estão para se chatear!

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